quinta-feira, 22 de maio de 2014

Doença policística renal.

A doença policística renal do adulto (chamada em Portugal de doença poliquística renal) é, como o próprio nome diz, uma doença caracterizada pelo crescimento de múltiplos cistos nos rins ao longo da vida adulta. 
A doença policística renal tem origem genética. É uma doença autossômica dominante, ou seja, se um dos seus pais tem rins policísticos, a sua chance de ter os genes defeituosos também é de 50%.
Todavia, não basta ter os genes da doença policística renal para que os cistos comecem a se proliferar descontroladamente. Os rins policísticos se manifestam de forma muito distinta entre cada indivíduo, sugerindo que fatores ambientas ainda não reconhecidos possam também ser importantes para o grau de progressão da doença.
85% dos pacientes com rins policísticos têm uma mutação no gene chamado PKD1. Os restantes 15% herdam a mutação no gene chamado PKD2. A mutação do PKD1 costuma provocar uma doença mais agressiva, com maior e mais rápido crescimento dos cistos nos rins. Este grupo costuma perder a função completa dos rins ao redor dos 55 anos de idade. A doença policística renal causada pela mutação no PKD2 é mais branda e de progressão mais lenta. Estes pacientes acabam só precisando de hemodiálise depois dos 70 anos de idade. Muitos falacem por outras doenças sem nem sequer terem tomado conhecimento de que tinham uma doença nos rins.
A doença policística renal acomete, em média, 1 a cada 1000 pessoas. É, portanto, uma doença muito comum. Atualmente, cerca de 5% dos pacientes que entram em hemodiálise, o fazem devido à insuficiência renal crônica causada pela doença policística renal. 
A doença policística renal costuma progredir de forma silenciosa por décadas, só provocando sintomas em fases tardias. Os cistos em si não causam sintomas até estarem bem grandes, quando, eventualmente, podem causar dor ou se romperem.
A maioria das pessoas descobre a doença por acaso, em exames de rotina como o ultrassom abdominal, que podem facilmente identificar a existência de múltiplos cistos nos rins. Pacientes com rins policísticos também podem desenvolver cistos em outros órgãos, como fígado e o pâncreas. Nestes, porém, os cistos não costuma causar maiores problemas.
Os dois sintomas mais comuns dos rins policísticos são a dor lombar e sangramento na urina (HEMATÚRIA | URINA COM SANGUE), que surgem em cerca de 50% dos casos.
FONTE; http://www.mdsaude.com/2008/11/rins-policsticos-voc-pode-ter-e-no.html



O que é rim em ferradura ?

Rim em ferradura é provavelmente a mais comum de todas as anomalias de fusão renal. Consiste na distinção de duas massas renais em cada lado da linha média, ligadas por parênquima ou um istmo fibroso por seus respectivos pólos, mais frequentemente o inferior.
No passado, o diagnóstico era feito por exames radiológicos contrastados. Recentemente foi possível o diagnóstico ultrassonográfico que se baseia na demonstração de um istmo unindo os pólos renais (em 95% das vezes o inferior), na linha média a frente dos grandes vasos. O encontro pré-natal da patologia raramente é relatado.
Ocorre em 0,25% da população, ou seja, aproximadamente 1 em cada 400 pessoas. Como em outras anomalias de fusão é mais comumente encontrado em homens do que em mulheres com relação de 2 a 3 : 1.

Fonte: http://www.fetalmed.net/item/rim-em-ferradura.html

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Alterações pulmonares causadas pela Insuficiência Renal

A insuficiência renal crônica (IRC) é uma condição patológica irreversível caracterizada pela perda da capacidade de manutenção da homeostase pelos rins. Os rins regulam funções vitais do organismo como equilíbrio hídrico, ácido-básico e eletrolítico, participando de funções hormonais e regulação da pressão arterial. O paciente com IRC necessita de terapia dialítica, como hemodiálise e diálise peritonial para sobrevivência, pois elas substituem parcialmente a função dos rins comprometidos, enquanto o paciente aguarda uma solução definitiva mediante transplante renal (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
O rim e o pulmão trabalham intimamente relacionados, desta forma os indivíduos com insuficiência renal crônica podem ter seu sistema respiratório bastante afetado devido ao desequilíbrio ácido-básico, além de sobrecarga volêmica e perda da força muscular causada por hemodiálise anterior. Os indivíduos transplantados além de apresentarem essas alterações, devido à terapia de imunossupressão também estão mais sujeitos a infecções respiratórias e complicações durante a ventilação mecânica, assim, deve-se ter especial atenção à fase de desmame da VM e saber qual o melhor momento para proceder a extubação (SILVA, 2003).
Os músculos responsáveis pelo ato respiratório, como diafragma, intercostais, entre outros, são classificados como músculos esqueléticos e podem apresentar diminuição das propriedades de força e endurance muscular decorrente da miopatia urêmica. O déficit ventilatório decorrente desse comprometimento na musculatura respiratória, associado a outros comprometimentos teciduais pulmonares, compromete a função desse sistema, contribuindo para a diminuição da capacidade pulmonar (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
A realização da hemodiálise em paciente com insuficiência renal altera de maneira significativa a sua função pulmonar (DUARTE; MEDEIROS; DI PIETRO; LOPES, 2011).
No entanto é observado nestes pacientes que além do comprometimento de fundo renal, também podem apresentar desconfortos respiratórios pouco explicados na literatura. Acredita-se que grande parte desta sintomatologia seja em decorrência de edemas agudos pulmonares em decorrência da uremia. No entanto, estas alterações fisiopatológicas são responsáveis por mudanças significativas de volumes e capacidades
pulmonares, assim como pressão inspiratória e pressão expiratória máximas, que reflete a força de musculatura respiratória do paciente dialítico. Mudanças nestas variáveis aumentam a gravidade do paciente, levando-os à insuficiência respiratória aguda (DUARTE; MEDEIROS; DI PIETRO; LOPES, 2011).
O paciente com IRC em diálise pode desenvolver disfunções em vários sistemas, como muscular, ósseo, cardiovascular, metabólico e respiratório (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
Recentemente vários estudos tem tornado evidente que muitas das alterações pulmonares presente em pacientes portadores de IRC, tem base na influência direta de volumes pulmonares e força de musculatura respiratória. No entanto, ainda é pouco expressivo na literatura artigos que discutem e explicam de forma clara, até que ponto a própria IRC ou até mesmo o tratamento dialítico pode interferir na função respiratória destes pacientes (DUARTE; MEDEIROS; DI PIETRO; LOPES, 2011).
Os autores propõem como principais distúrbios associados a esses resultados: edema pulmonar crônico e, muitas vezes, subclínico, diminuição da albumina sérica com consequente desequilíbrio hídrico e protéico na microcirculação, fibrose intersticial e calcificações do parênquima pulmonar e árvore brônquica, infecções de repetição, alveolite e fibrose por corticoterapia nos pacientes em imunossupressão em uso desse medicamento (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
Quando a função renal entra em falência podemos entender que o pulmão será diretamente afetado, isso ocorre não só devido às alterações no equilíbrio ácido-básico, mas também pelo fato do rim ter como função equilibrar a quantidade de liquido corporal, e um desequilíbrio nesse sentido afetará também o pulmão por sobrecarga volêmica (SILVA, 2003).
São encontradas outras complicações do tecido pulmonar nos pacientes com IRC, tais como: edema pulmonar, derrame pleural (principalmente no paciente terminal com IRC), fibrose e calcificação pulmonar e pleural, hipertensão pulmonar, diminuição do fluxo sanguíneo capilar pulmonar e hipoxemia (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
Existem ainda déficits no fornecimento de O2 para os músculos em consequência da diminuição da microcirculação periférica, diminuição da síntese de ATP muscular por deficiências na utilização de carboidratos, indícios de resistência à insulina e alterações das enzimas glicoliticas e redução da oxidação dos ácidos graxos (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
Uma queda no bicarbonato (HCO3) ocasionará uma hiperventilaçao com o objetivo de diminuir o gás carbônico (CO2) e trazer o pH de volta a situação de normalidade. Já o aumento do HCO3 levará o individuo à hipoventilaçao também como objetivo de manter o pH sanguíneo em equilíbrio (SILVA, 2003).
Foi possível observar queda de volume corrente e capacidade vital após a realização da hemodiálise, porém, somente a capacidade vital apresentou diminuição significante em relação à medida inicial. No entanto, mesmo não sendo observada significativa queda no volume corrente, a diminuição deste parâmetro corrobora com diversos estudos os quais apresentam diminuição ventilatória em função da hemodiálise (DUARTE; MEDEIROS; DI PIETRO; LOPES, 2011).
As modificações encontradas nos sistemas muscular, metabólico, circulatório e pulmonar podem estar envolvidas de forma direta na diminuição da função pulmonar e na capacidade funcional do paciente com IRC e aparentam não estar totalmente revertidas após o transplante renal. Não se sabe ao certo qual o fator que mais agride a capacidade funcional desses pacientes. Destaca-se, como hipóteses deste estudo, que as complicações musculares da IRC afetam de forma significativa a musculatura respiratória, prejudicando a função pulmonar e a capacidade funcional dos pacientes em hemodiálise e que as alterações pulmonares e de capacidade funcional estão presentes nos pacientes mesmo após o transplante renal (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
A capacidade vital apresentou queda significativa do seu valor após a realização da hemodiálise. Ambas as medidas (PI Max e PE Max) apresentaram quedas estatisticamente significantes após a realização da hemodiálise (DUARTE; MEDEIROS; DI PIETRO; LOPES, 2011).
A diminuição da capacidade funcional é de causa multifatorial, incluindo problemas cardiovasculares, respiratórios e musculares, nos quais as capacidades de captar, transportar e utilizar o O2 podem estar prejudicadas (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
No caso de complicações pulmonares e necessidade do uso da ventilação mecânica isso pode ser extremamente critico, pois, a ventilação com pressão positiva causa uma hipoperfusão renal o que diminui ainda mais a funcionalidade, que para esses pacientes é extremamente crítico levando em consideração que já possuem uma função renal naturalmente diminuída devido à fisiopatologia da própria doença (SILVA, 2003).
A hipótese de que a diminuição de volume corrente é consequência de hipoventilação devido ao efeito direto de acetato no centro respiratório, o que ainda não foi totalmente comprovado. O motivo mais provável para este resultado é a perda de CO2 que ocorre através do filtro da hemodiálise em quantidade suficiente para ocasionar decréscimo de CO2 arterial, com uma consequente diminuição do estímulo no sistema nervoso central para a manutenção da ventilação. Portanto, para certificação desta hipótese, haveria a necessidade de coleta de gasometria arterial imediatamente após a hemodiálise (DUARTE; MEDEIROS; DI PIETRO; LOPES, 2011).
A diminuição da força muscular tanto inspiratória quanto expiratória encontrada nos grupos Dialíticos e Transplantados demonstra que a IRC afeta de forma significativa os músculos respiratórios, tanto inspiratórios quanto expiratórios. Isso pode ser interpretado pela correlação positiva encontrada entre PImax e PEmax, mostrando que a força muscular respiratória está diminuída de forma global e que o paciente tem uma queda linear dos dois componentes (inspiratório e expiratório) e, mesmo após o transplante renal, o paciente não parece recuperar totalmente a força muscular respiratória, revelando que outros fatores além da uremia mantêm o déficit muscular nessa população (CURY; BRUNETTO; AYDOS, 2010).
Os indivíduos transplantados, devido a terapia de imunossupressão estão mais sujeitos à infecções respiratórias e complicações durante a ventilação mecânica, assim, deve-se ter especial atenção à fase de desmame e posterior extubação (SILVA, 2003).
Os índices preditivos de desmame da ventilação mecânica utilizados e consagrados na população geral podem ser utilizados também nos pacientes renais crônicos transplantados. Contudo devemos ter especial atenção com a pressão inspiratória máxima (PImáx), que mostrou-se diminuída (SILVA, 2003).

http://fisioterapiamazonas.blogspot.com.br/2013/11/alteracoes-pulmonares-causadas-pela.html

domingo, 4 de maio de 2014

Como prever doenças renais em fetos.

 
Prever se uma criança vai nascer com problemas de saúde ainda é um desafio para a medicina. Embora os especialistas tenham à disposição técnicas avançadas de imagem para a detecção precoce de doenças, há as mais complexas, que demanda análises ainda mais aprofundadas. É o caso da válvula de uretra posterior (VUP). Rara, a patologia tem origem desconhecida pela ciência, o que dificulta a identificação. Mas pesquisadores do Instituto de Doenças Cardiovasculares e Metabólicas de Toulouse, na França, desenvolveram uma técnica que pode facilitar o diagnóstico da enfermidade. O método possibilitará a intervenção precoce, evitando o comprometimento de órgãos do bebê antes mesmo do nascimento.

“A VUP é uma doença que não permite ao bebê urinar dentro da barriga da mãe — necessidade importante, já que a substância excretada é eficaz para o líquido amniótico. A patologia bloqueia o fluxo urinário normal a partir da bexiga. Assim, a urina acumula, fazendo com que a bexiga e os rins inchem como balões e parem de funcionar” explica Joost Schanstra, um dos participantes do estudo, divulgado nesta semana, na Science Translational Medicine. O grupo de estudiosos conseguiu identificar marcadores na urina fetal que sinaliza a existência do problema.
 
Para isso, eles utilizaram um procedimento semelhante à amniocentese, um exame de diagnóstico pré-natal que consiste em inserir uma agulha no abdômen da mãe para que ela chegue ao feto e colha amostras do líquido amniótico. A urina do bebê presente nesse líquido foi examinada, e os pesquisadores identificaram mais de 4 mil peptídeos (pedaços de proteínas), sendo que 12 foram capazes de predizer o estado dos rins do feto.

“Demonstramos que a análise de urina fetal por meio da tecnologia permite prever com mais certeza se a criança terá doença renal grave ou não. Antes disso, a precisão com a ultrassonografia era de 20% a 33%. Conseguimos reduzir para 7%. Com esses dados, evitaremos intervenções mais drásticas, como a operação de um recém-nascido”, afirma.

Uso clínico
Segundo o urologista da Universidade de Brasília (UnB) Rômulo Maroccolo, o estudo poderá trazer grande auxílio médico. “Ainda que seja uma metodologia invasiva, a pesquisa apresenta um grau de acuidade que parece ser preciso. Se aplicado, futuramente para o diagnóstico, poderá ser eficaz no tratamento precoce da doença, mas ainda tem que haver outras contribuições para comprovar que esse diagnóstico funcione em situações específicas”, pondera.

Presidente do Departamento Científico de Nefrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Paulo Cesar Koch, acredita em uma aplicação limitada. Segundo ele, existem casos em que foi possível, por meio de uma punção, esvaziar a bexiga do feto e diagnosticar o problema. “Possivelmente, essa demanda de diagnósticos precisos devam estar relacionados à legislação francesa, que permite às famílias interromperem a gravidez em razão de uma doença como a VUP.”
 

No verão o indice de calculos renais aumentam.

No verão, os casos de pedra nos rins aumentam 30% - isso acontece porque há uma relação direta entre cálculo renal e hidratação. Quando a temperatura sobe, as pessoas podem até beber mais líquido, mas elas transpiram mais e, quando ocorre a falta de água no organismo, os rins têm menos líquido para filtrar e eliminar as impurezas. Com isso, pequenos grãos de sais se juntam e as pedras se formam.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Obstrução Urinária

   A obstrução urinária pode ter origens muito variadas. Uma das causas mais frequentes corresponde a litíase urinária, ou seja, a formação de cálculos no interior das vias urinárias. Estes cálculos podem originar, segundo a sua localização e tamanho, praticamente qualquer tipo de obstrução urinária.

Uma causa igualmente frequente da doença são os processos infecciosos persistentes ou repetidos das vias urinárias, sobretudo da uretra, bexiga e bacinete, pois a sua consequente inflamação pode acabar por estreitar, em maior ou menor medida, a entrada de algum dos canais por onde circula a urina.
Para além disso, os tumores das próprias vias urinárias e os dos órgãos vizinhos (sobretudo os da próstata) podem provocar uma obstrução urinária, devido a obstrução dos canais, no primeiro caso, ou devido a compressão externa dos mesmos, no segundo caso.
Por fim, noutras situações, a obstrução é provocada ou favorecida por razões muito diversas, tais como a existência de alterações na anatomia das vias urinárias ou problemas nos mecanismos nervosos que intervêm na micção (por exemplo, a bexiga neurogénica).


Sintomas e complicações


As manifestações variam bastante conforme o tipo, a duração e a gravidade da obstrução.
Na obstrução urinária supravesical aguda, quase sempre provocada pelo encravamento de um cálculo num dos canais das vias urinárias superiores, a manifestação mais frequente 6 a cólica renal, ou seja, uma dor intensa que surge bruscamente na zona baixa das costas, costumando alastrar para um dos lados ou para a área inguinal do mesmo lado. Estes episódios não costumam dar origem a complicações; no entanto, nos casos mais graves, podem provocar uma insuficiência renal aguda ou infecções nos tecidos vizinhos, tais como perinefrites ou abcessos perirrenais.
A obstrução urinária supravesicular crónica costuma ser provocada por processos infecciosos não tratados ou mal curados, litíase ou tumores. Embora estas doenças costumem originar vários sinais e sintomas, nomeadamente cólicas renais repetidas, em muitos casos, a obstrução em si evolui de forma assintomática, apesar de a urina continuar a acumular-se nos segmentos superiores a obstrução.
As complicações das obstruções supravesiculares aguda e crónica são, obviamente, mais frequentes e graves quando a obstrução é completa, quando afectam uma pessoa que apenas possui um rim em funcionamento e nos casos raros em que compromete, ao mesmo tempo, ambos os lados das vias urinárias superiores.
A obstrução urinária infravesical aguda, normalmente provocada por cálculos que obstruem a uretra, como costuma bloquear por completo a eliminação da urina, provoca uma retenção urinária. Neste caso, as manifestações mais graves são a necessidade de eliminar a urina e a impossibilidade de o fazer, associada a uma dor provocada pela súbita e progressiva dilatação da bexiga. Esta situação pode ser corrigida através do tratamento adequado ou até espontaneamente, por exemplo, caso o cálculo encravado se desloque ou seja finalmente expulso com a urina. De qualquer forma, se a obstrução persistir, a urina vai-se acumulando e dilatando as vias superiores de ambos os lados, acabando por se infiltrar no tecido renal, o que favorece o desenvolvimento de infecções ou até de uma insuficiência renal aguda.
A obstrução urinária infravesical crónica é mais frequente nos homens com mais de 50 anos de idade e costuma ser provocada por doenças da próstata. Durante as primeiras fases, como a obstrução não total, os sintomas mais comuns são a perda de força do jacto urinário, micções pouco volumosas e muito frequentes e uma sensação quase permanente de vontade de urinar. Contudo, nas fases mais avançadas, começa a surgir uma sensação moda ou uma dor durante as micções (disúria), sendo frequentes as complicações infecciosas na uretra, que se manifestam por ardor e pequenas perdas de sangue com a urina. Por fim, caso a obstrução seja total, provoca uma retenção urinária com todas as suas manifestações e eventuais complicações.

Tratamento


O tratamento baseia-se, sempre que possível, na correcção da causa da obstrução urinária e na prevenção ou tratamento das possíveis complicações, como as infecções ou a insuficiência renal. Todavia, enquanto não se consegue a correcção da causa da obstrução, pode ser necessário recorrer a algum procedimento que vise a resolução da própria obstrução, de forma a garantir a eliminação da urina acumulada nas vias urinárias. Esta desobstrução pode ser realizada de várias maneiras, de acordo com a localização da obstrução, a natureza e a gravidade.

Em muitos casos, se a obstrução se situar na uretra, na bexiga ou num uréter, a sua desobstrução costuma ser realizada através de uma algaliação urinária, ou seja, na introdução através do meato urinário de um cateter especial, de vários tipos segundo a dimensão do obstáculo. Em alguns casos de obstrução crónica, a algaliação urinária deve ser realizada durante prolongados períodos de tempo, de modo a garantir a completa drenagem da urina.

Caso não se consiga eliminar a obstrução através do método citado ou caso esta se situe nos segmentos superiores das vias urinárias, pode ser necessário recorrer a outros procedimentos. Um deles corresponde a punção suprapúbica, ou seja, a introdução de uma agulha grossa (trocarte) através da parede abdominal, por cima da púbis, até a bexiga. Uma outra possibilidade consiste na introdução de um cateter através de uma punção na zona lombar, por exemplo, até alcançar directamente um bacinete. Em último caso, deve-se recorrer a cirurgia.

http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=292

O que é Mito? O que é Verdade?

 

O que se diz: beber bastante água ajuda a eliminar toxinas do organismo

O que se sabe: a função de filtrar toxinas da corrente sanguínea é dos rins; portanto, a questão aqui é saber se água em grande quantidade melhora a função renal. "A resposta é não", diz a nefrologista Maria Eliza do Amaral Carvalho, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. "O fato de uma pessoa ingerir muita água não faz com que seus rins filtrem mais e melhor"

O que se diz: para uma hidratação correta, é preciso ingerir 2 litros de água, ou oito copos, por dia

O que se sabe: a recomendação de 2 litros de água por dia não tem nenhum fundamento científico. E não há prova nenhuma de que a ingestão abundante de água seja benéfica – pelo contrário. "Muita água faz mal ao organismo", diz o nefrologista Elias David-Neto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Em demasia, ela sobrecarrega os rins e causa a eliminação excessiva de sais minerais, principalmente sódio e potássio, essenciais para o equilíbrio orgânico. Recomenda-se beber líquidos no mesmo volume de calorias consumidas. Para uma dieta de 1 200 calorias, 1,2 litro de água. "Não precisamos de mais água do que a sede solicita", afirma. É preferível tomar pequenas doses ao longo do dia a ingerir uma grande quantidade de uma vez. E deve-se lembrar que os alimentos também ajudam na hidratação

O que se diz: a alta concentração de minérios das águas minerais pode causar pedras nos rins quando seu consumo é frequente 

O que se sabe: não existe uma relação direta entre o consumo dessas águas e a calcificação dos sais nos rins. E isso mesmo em regiões onde as águas são mais pesadas, obtidas de fontes ricas em sais de cálcio. Ao contrário, uma quantidade maior de água é indicada a quem tem propensão ao problema



http://veja.abril.com.br/020909/sete-mitos-consumo-agua-p-124.shtml